Ouro: a subida do preço e o impacto no setor
Em entrevista à publicação digital “Dinheiro Vivo”, João Faria, presidente da Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP), nota que a dinâmica atual da valorização do ouro “tem um impacto direto no setor” gerando um “misto de desafios e oportunidades”, num setor que representa acima de 500 empresas responsáveis por “mais de 1,5 mil milhões de euros” em volume de negócios e 9900 empregos em 2022 (últimos dados disponíveis).
“Por um lado, o aumento do valor do ouro beneficia os retalhistas e produtores que detêm reservas deste metal precioso, valorizando o stock. Por outro, para as empresas que necessitam de adquirir ouro para a produção de novas peças, o aumento dos preços pode representar um desafio, elevando os custos de produção e, consequentemente, os preços finais para os consumidores”, afirma João Faria à mesma publicação.
Segundo o presidente da AORP, “a pressão sobre os custos exige que as empresas sejam mais eficientes e estratégicas nas suas operações”. A estratégia pode passar pelo “uso de materiais alternativos ou a aposta no mercado de luxo, onde o impacto do custo pode ser mais diluído”.
João faria nota que Portugal tem um “posicionamento de nicho” no negócio do ouro, visto que a produção nacional enfrenta desafios “em termos de escala e de volume de produção”. Itália e França são os “grandes produtores europeus” e, por isso, Portugal destaca-se pela “exclusividade” ao “competir em segmentos mais altos do mercado”.
8 de Outubro, 2024
Análise