“Temos uma loja familiar”
JóiaPro · Como se desenvolveu o percurso da Ourivesaria Plácido?
Fátima Gonçalves · Em 1931, Maurício Augusto Plácido abriu a Ourivesaria Plácido, que é nos dias de hoje a ourivesaria mais antiga do concelho de Santo Tirso. Na altura, tratava-se de uma pequena loja familiar situada em pleno centro da cidade. Ao longo dos anos, foi-se popularizando não só pelos artigos e marcas que vendia, mas também pelo relacionamento pessoal com seus clientes. Os descendentes da família foram entrando no negócio, esta relação de proximidade fortaleceu-se e manteve-se ao longo das três gerações.
JP· A loja celebrou recentemente 80 anos. É difícil actualizar um negócio com oito décadas?
André Gonçalves · É uma tarefa difícil. Crescemos sempre a um ritmo consciente e constante e isto deve-se às decisões bem estudadas e devidamente alicerçadas que tomamos. Apostamos sempre na qualidade dos produtos, na seriedade e no rigor dos nossos serviços, estando sempre atentos às necessidades do mercado e dos clientes. No ano passado, reconstruímos a “loja mãe”, mantendo o nosso conceito e identidade, para enfrentar o futuro de “cara lavada”.
JP· Como definem o conceito da Ourivesaria Plácido?
Rui Gonçalves · A Ourivesaria Plácido revela um conceito simples: a família. E, quando falo em família, refiro-me aos cá de casa e aos nossos clientes. É esta relação que impulsiona o nosso negócio. Trata-se de um conceito distinto do de outras lojas, especialmente no que concerne às de grande superfície, onde os números têm a maior fatia das atenções. Nós também nos preocupamos com os números, mas gostamos essencialmente de criar um laço duradouro com a pessoa que está do outro lado do balcão. E este laço é efectivamente aquilo que nos define.
JP· Como descrevem o mercado português de ourivesaria e joalharia?
FG · Os portugueses gostam muito de se adornar e a maioria dá valor às peças de fabrico nacional. Neste momento, enfrentamos um período mais complexo, uma vez que o valor da matéria-prima está elevadíssimo, o que se repercute no preço final. Nota-se também que, por esta razão e pelo elevado custo da mão-de-obra, grande parte dos fornecedores coloca de parte o artigo nacional e a favorece a importação de artigo estrangeiro. Entendemos perfeitamente estas motivações, mas gostaríamos, ainda assim, de ver mais artigos feitos pelos nossos artistas, pois a sua qualidade é verdadeiramente soberba.
JP· A concorrência existente no sector influencia a forma de estarem no mercado?
AG · Sim, embora a maioria da concorrência seja saudável. Geralmente, só existindo concorrência é que existe a preocupação em modernizar, procurar novos produtos, estar atento às novas tendências, de forma a poder dar-se algo de diferente ao mercado.
Entrevista na íntegra na JóiaPro 40
19 de Julho, 2011
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