Tenerife: À descoberta da arte joalheira

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Conhecida principalmente pelo seu potencial turístico, a ilha de Tenerife reserva recursos e tradições que grande parte do mundo ainda desconhece. Para além da sua bela paisagem e riqueza natural e gastronómica, a ilha espanhola é fértil em minerais preciosos e tem uma enraizada tradição joalheira.

A série de eventos vulcânicos que deu origem à ilha de Tenerife iniciou-se há mais de 11 milhões de anos. O maior vulcão da ilha é o Teide, que constitui também o maior cume de Espanha com 3.718 metros e que domina em grande medida o relevo da ilha. É esta origem geológica que confere à ilha uma paisagem única: o contraste de montanha e praia, areias negras e o verde imenso dos cumes montanhosos de onde se avista o mar de qualquer ponto, numa imensidão azul de perder de vista. A beleza da ilha apenas pode ser de facto confirmada por aqueles que a conhecerem e que se aventuram para lá das praias e áreas comerciais. Famosa maioritariamente pela forte expressão da atividade turística, Tenerife tem outros segredos escondidos: a forte vocação agrícola que se verifica sobretudo no cultivo da banana, a produção de artesanato e a grande proliferação da atividade joalheira. A origem vulcânica da ilha dotou-a de uma singular riqueza em termos de minerais – muitos dos quais de caráter precioso e, por isso, com potencial aplicação na joalharia.

Cores e texturas de Tenerife

A olivina é o nome comum de um silicato de ferro e magnésio (forsterite-faialite), de génese associada, no geral, ao magmatismo e que se encontra como mineral constituinte em várias rochas um pouco por todo o Mundo, embora seja raro encontrá-lo em dimensões e qualidade passível de ser usado como gema. Ocorre em cor verde,daí o nome “olivina” em alusão ao verde das azeitonas, podendo ter matizes mais intensos ou suaves, por vezes com tonalidade amarelada. Em algumas ocasiões, o mineral pode ocorrer em tonalidades castanhas, embora em Tenerife os exemplares encontrados sejam geralmente de um verde puro. A utilização de olivina, que no mundo da joalharia é conhecida como peridoto, para fins ornamentais é conhecida desde há cerca de 3500 anos no Antigo Egipto com os achados da ilha de Zabargad (Ilha de St. John). A obsidiana é um de vidro vulcânico geralmente de cor negra, que se forma quando existe um arrefecimento brusco do magma que impede que ocorra a cristalização de minerais. É encontrada em grandes quantidades junto do Teide. Como material gemológico, a sua utilização na joalharia é amplamente reconhecida. Em Tenerife, a utilização da obsidiana extravasa a da joalhaira e objectos decorativos, , já que muitos locais a valorizam pelas suas alegadas propriedades curativas. Várias firmas aproveitam a crescente popularidade de Tenerife para promover a utilização das gemas típicas da ilha na joalharia. A Schafer foi uma das últimas marcas a apresentar uma coleção inteiramente dedicada à olivina e à obsidiana, com várias peças feitas em ouro e prata com um ‘design’ exclusivo.

Design artesanal e original

As principais cidades de Tenerife têm as joalharias como uma das principais actividades económicas. Muitas destas lojas apresentam ainda um caráter marcadamente artesanal e a composição dos seus produtos sustenta-se essencialmente nos minerais preciosos da ilha. Puerto de la Cruz, uma das cidades mais apreciadas na costa pelo seu turismo, é rica em exemplos do interesse local nas jóias. Porta com porta é possível encontrar lojas e pequenas ourivesarias com peças produzidas em materiais gemológicos e ocasionalmente trabalhadas em conjunto com a prata e com o ouro. O ‘design’ diferente, artesanal e rústico marca profundamente o estilo das peças comercializadas, que representa também uma tendência cada vez mais apreciada na joalharia, sobretudo pelos novos criadores.

27 de Março, 2017
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