Bienal de Joalharia elege “As Mulheres da Democracia” com prémio
Peças de joalharia que homenageiam a editora Snu Abecassis, a escritora Maria Manuel Viana e a escritora e jornalista Maria Antónia Fiadeiro foram obras premiadas pela mão das artistas joalheiras Maria Benedita, Isa Duarte Ribeiro e Áurea Praga, respetivamente.
A decorrer desde abril até final de setembro de 2024 e integrada no programa oficial das celebrações dos 50 Anos do 25 de Abril, a 2ª Bienal Internacional de Joalharia Contemporânea de Lisboa celebra os valores da democracia com a manifestação artística da arte joalheira. Com o tema “Joias políticas. Joias de poder” e o título Madrugada, esta edição da Bienal versa sobre o profundo diálogo do passado, presente e futuro entre a joalharia e o poder, estando intimamente ligados.
O Museu do Tesouro Real foi um dos roteiros da Bienal, onde funde o seu espólio único de grande parte dos antigos bens da antiga Casa Real portuguesa, com a joalharia contemporânea. Por ocasião da mostra “Joias para a Democracia”, cerca de 60 artistas joalheiros foram desafiados a criar uma joia em homenagem a mulheres que tiveram um papel relevante na transição para a democracia ou sofreram especialmente com a ditadura.
Adélio Gomes, Céline Abecassis-Moedas, Joana Vasconcelos, a jornalista Mafalda Anjos e Mónica Balsemão foram os membros do Júri do Prémio Mulheres da Democracia que avaliaram mais de 60 peças que homenagearam, desde mulheres que se destacaram na política, ativismo, cultura, jornalismo, educação e medicina, e anónimas cuja vida se inscreve também na história da democracia portuguesa e mundial.
As três melhores peças eleitas por este júri reconhecido foram a “Snu“, pela mão de Maria Benedita em homenagem à editora Snu Abecassis, “Mais outra. mais uma. outra. uma” de Isa Duarte Ribeiro que faz ode à escritora Maria Manuel Viana e “Os olhos que veem as coisas são” coube à arte de Áurea Praga, em homenagem à escritora e jornalista Maria Antónia Fiadeiro. O apelo estético de cada peça, a sua ligação aos valores representados pela mulher homenageada e a qualidade geral do trabalho ditaram as joias vencedoras, cujas interpretações fizeram uma ode a todas as mulheres visadas na mostra “Joias para a Democracia”.
A 2ª Bienal conta com o apoio institucional do Ministério da Cultura, através da Direção-Geral das Artes e da Comissão das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, tendo ainda como parceiro principal o MUDE/Câmara Municipal de Lisboa, bem como o apoio da Associação Turismo de Lisboa. A Bienal, através da Exposição “Madrugada”, estaeve patente até ao dia 22 de setembro com cerca de 200 joias que celebram a LIBERDADE com artistas de mais de 30 nacionalidades.
Criada em 2004 e celebrando 20 anos de atividade, a PIN – Associação Portuguesa de Joalharia Contemporânea nasce com o objetivo de agregar os múltiplos talentos, agentes, académicos e pessoas que dedicaram a sua vida à joalharia, representando o setor, desenvolvendo intercâmbios e lançando novas plataformas para uma disciplina que, cada vez mais, convoca o encontro com outras artes. Hoje, como associação cultural que é, a PIN visa promover a joalharia contemporânea, acionando numa base coletiva a troca de informação e de experiências, a realização de projetos teóricos e práticos no âmbito das artes, com especial enfoque na joalharia, criando as mais diversas iniciativas de carácter cultural, nacional e internacional.
25 de Setembro, 2024
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